Portal Para a Morte

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Como Um Porão

Imagem de arquivo.

Na espera do primeiro sol,
durmo neste paço úmido
e de frio congelante
onde o érebo, 
não deixa meus olhos enxergarem.

Estou lançada no mundo.
Quem sabe submundo!
É um tártaro  de poucos moradores.

Estou condenada neste hades
como a pior dos pecadores pagãs.

As Fúrias,
vigiam meus passos enquanto Tântalo
guardado em perversidades
desfruta da confiança dos Deuses.

Sou a terceira filha do caos,
a que mais recebeu energia vazia.

Um corpo sem sepultamento
a espera de óbolo doado
que possa salvar minha alma
neste trajeto dos mortos.

Viva-morta no escuro vivo.

E neste mundo inferior onde
a fedentina do mofo atrai 
os mais nojentos insetos,
estou vivendo.

O desejo do suicídio 
não é tão nauseante quanto o ar que respiro.

O ar que respiro é podre e fede,
tem fungos que se locomovem.
É uma experiência sinistra.

Ruflam os tambores do juízo final!!!

E a minha sanidade mais odiosa
me faz ver
que viver é amedrontador 
e sem graça para provocar risos.

Um humor mordaz!

O ar que respiro é de
auto-degradação degenerativo.

Fico sem forças,
a garganta queima, 
a escuridão não me deixa ver
e passo o dia sem a luz do sol.
Quase morta, e. . .
quase enterrada viva
ainda consigo agradecer a "arte da dissimulação".

                                                                            Janice Adja

                                      "Plágio é crime e está no artigo 184 do Código Penal 9610".